Caros leitores e leitoras.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Egito recusa exibir filme de EUA por distorção sionista

Com base em Prensa Latina, publicado anteriormente em Iran News. 

Mais uma polêmica diplomática envolvendo produções cinematográficas norte-americanas. Depois da crise entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos em torno do filme A Entrevista, na qual dois jornalistas são contratados para matar o lider norte-coreano, Kim Jong-il, agora a crise é com o Egito, tendo como foco a produção Exodo.
O Ministério de Cultura egípcio proibiu a projeção do filme norte-americano Êxodo: reis e deuses, por incluir inexatidão histórica e apresentar uma visão sionista, segundo comunicado que circula neste sábado (27)  aqui.
O filme, realizada a um custo bilionário, alude à história de Moisés e apresenta aos judeus residentes em Egito na época faraônica como os construtores das pirâmides, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e do atual.
É um filme sionista, mostra a história desde um ponto de vista sionista e falsifica fatos históricos; a realidade demonstra que as pirâmides foram construídas por egípcios dos períodos dos reinos antigo, argumentou um porta-voz do Ministério de Cultura.
O postulado não é novo já que um dos pais do gigantismo fílmico de Hollywood, Cecil B. De Mille, difundiu a hipótese em seus filmes Os 10 Mandamentos, uma de 1923 e outra em 1956, refutada por arqueólogos e científicos quem concluíram que os construtores eram operários assalariados.
De Mille é responsável por outro disparate histórico segundo o qual a vida a ou morte dos escravos e os primeiros cristãos no Circo Maximus romano se decidia mostrando o polegar da mão direita para acima ou apontado par solo.
Investigações indicam que Moisés não era judeu, sim egípcio, membro da aristocracia faraônica com o nome Tut Moses, que era comum na época, e sua decisão de abandonar o país se deveu às turbulências religiosas unidas à intenção de implantar o monoteísmo.
O panteón teológico egípcio chegou a albergar 150 deidades, algumas das quais foram levadas à Roma imperial, o que implicava a existência de uma casta sacerdotal cujo poder em ocasiões se impôs ao dos Faraós, que eram considerados deuses em si.
Exodo: história de reis e deuses tropeçou desde temporão com polémicas pois foi produzida em parte com fundos de Rupert Murdoch, o bilionário britânico dono do jornal Times de Londres, por sua resposta simplista a críticas pela cor da pele dos protagonistas, todos brancos.
Apresentado pelo fato de que a maioria da população egípcia é sepia, devido ao intercâmbio humano com Nubia, o atual Sudão, Murdoch lhes restou importância alegando que "todos os egípcios que conheço são brancos".
Os detratores replicaram-lhe que é normal que assim seja, porque só se rodeia com milionários, mas que visitasse Egito e desse uma olhada aos camponeses, as capas mais desfavorecidas, e inclusive importantes segmentos da classe média.
De ter-se tratado de Moisés, a pugna não tinha existido já que os muçulmanos consideram a Moisés, (Musa em árabe), como um dos profetas de Alá, o Deus único.


domingo, 28 de dezembro de 2014

Curso Prático de Telejornalismo recebe inscrições até o dia 30

Estão abertas até 30 de dezembro de 2014, as inscrições para a 73ª edição do Curso Prático de Telejornalismo, com a editora da TV Globo, Aliene Coutinho. 
Ministrado desde junho de 2002, o curso já capacitou mais de 800 estudantes e jornalistas profissionais na área de televisão. Com 27 anos de experiência, desse total 24 anos na TV Globo, 
O curso acontece em Brasília, nele, a jornalista Aliene ensina aos alunos como fazer um texto e produção para tv, postura diante das câmeras, entonação e interpretação, com gravações de stand-ups, notas cobertas e matérias externas. Além de dicas de roupas e maquiagem para o vídeo. 
As aulas são de segunda a sexta, das 19:00 às 22 horas. 27 horas/aula, utilizando equipamentos profissionais. As turmas têm vagas limitadas e são abertas a estudantes de comunicação e jornalistas profissionais.
Ao final, os alunos recebem certificado e Pen Drive  com  as gravações individuais.
Inscrições via correio eletrônico até o dia 30/12 pelo endereço alienebsb@gmail.com 

Investimento: R$900,00 em duas vezes ou R$850,00 à vista
Datas do curso: de 5 a 15  de janeiro de 2015  (vagas limitadas a 14 alunos por turma)
De segunda a sexta, das 19 às 22 horas

Local: Casa do Ceará, SGAN 910, no Espaço de Cultural García Lorca, fone: 3347-0560/9973-3497

sábado, 27 de dezembro de 2014

Bolsas para jornalistas nos EUA e na Inglaterra

Inscrições terminam em 31 de dezembro

Dois programas de bolsas internacionais para jornalistas têm seus prazos de inscrição encerrando-se no dia 31 de dezembro,próximo.
O programa de bolsas para Jornalistas do World Press Institute, localizado na cidade norte-americana de  St. Paul, Minnesota, oferece uma bolsa anual de quatro meses de duração a dez jornalistas de todo o mundo. O programa combina estudos, visitas e entrevistas em várias regiões dos EUA. Durante o programa os bolsistas aprendem sobre política, negócios, mídia, ética jornalística e cultura americana. Os candidatos devem: ter cinco anos de experiência profissional e bom domínio do inglês, 
Informações completas estão disponíveis neste endereço ou pelo telefone (00- xx - 1-651) 696-6360

Inglaterra

A segunda oferta,também vencendo as inscrições dia 31, é ofertada pela Fundação Reuters, localizada na cidade de  Oxford, Reino Unido. A Fundação Reuters oferece bolsas de estudo para a Universidade de Oxford. O programa é para jornalistas com vasta experiência que queiram realizar um projeto de pesquisa de interesse pessoal. Até 30 jornalistas são selecionados a cada ano e as bolsas variam de três a nove meses de duração. Podem se candidatar jornalistas de todo o mundo e de todos os meios de comunicação. Os bolsistas recebem o status de visitantes e têm livre acesso a todos os recursos da Universidade.

Informações completas, clique aqui.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Uruguai aprova Lei de Meios e fará reforma do setor de mídia em 2015

Após um ano e meio de tramitação, o Legislativo uruguaio aprovou nesta semana a lei que regulamentará a reforma no setor de telecomunicações no país. Com 50 votos a favor e 25 contra, contando com o apoio dos parlamentares da governista Frente Ampla, a Câmara dos Representantes do Uruguai deu sanção definitiva à iniciativa, que será regulamentada pelo governo de Tabaré Vázquez, substitui José Mujica na Presidência.


Ao declarar os serviços de comunicação como “interesse público”, a Lei de Meios uruguaia, cujo nome oficial é Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual, regulamenta os setores de rádio, televisão, além de outros serviços de comunicação audiovisual — deixando de fora internet e redes sociais. Segundo os autores da reforma, o intuito da lei é evitar a concentração econômica no setor de telecomunicações e fomentar a diversidade e a pluralidade na oferta do serviço e na produção de conteúdos.
“Garantir o acesso universal, bem como o uso dos serviços e radiodifusão aberta e gratuita de rádio e televisão como parte de uma estratégia integral para alcançar o objetivo de assegurar a inclusão social de toda a população e o exercício dos direitos fundamentais reconhecidos na Constituição”, estabelece a norma, aprovada pelos deputados na última segunda-feira (22/12).

Outro objetivo da Lei de Meios é dar prioridade à programação nacional, dificultando o acesso de conglomerados internacionais e grandes produtoras a grandes porções do mercado de telecom uruguaio.
“A pior ameaça que podemos ter é a vinda de alguém de fora, ou por baixo, ou por cima, e termine se apropriando. Para ser mais claro: eu não quero que o Clarín ou a Globo sejam donos das comunicações no Uruguai”, afirmou o atual presidente, José Mujica, há uma semana, enquanto a lei era discutida no Parlamento.
Alguns dos principais pontos da nova lei aprovada no Uruguai:
• lei proíbe o monopólio na radiodifusão; cada empresa poderá ter até seis concessões para prestar serviços televisivos (em caso de concessões na capital Montevideo, o número cai para três);
• TVs públicas deverão ter pelo menos 60% da programação de origem nacional — deste percentual, um terço deverá ser realizado por diferentes produtores independentes;
• ficará fixado um horário de ‘proteção a crianças’ (das 6h às 22h), período em que deverão ser evitados programas que promovem condutas violentas, discriminatórias, pornográficas, ou relacionadas a jogos de azar e apostas;
• crianças e adolescentes não poderão participar de campanhas publicitárias de marcas de bebidas alcoólicas, cigarros ou qualquer produto prejudicial à saúde;
• será criado um Conselho de Comunicação Audivisual, composto por cinco membros (um indicado pelo Executivo e os outros quatro por meio de maiorias especiais do Poder Legislativo); e,
• distribuição da verba de publicidade eleitoral gratuita será feita de acordo com os votos de cada partido na eleição anterior.
A sessão foi turbulenta na sede do Legislativo uruguaio: a aprovação se deu sob fortes críticas dos 25 opositores. Por isso, a Frente Ampla, partido governista, precisava de cada um dos seus 50 votos para conseguir fazer passar a lei.
A oposição fez duras críticas à legislação taxada de “inconstitucional”, dizendo que a Lei de Meios “afeta a liberdade de expressão” e “discrimina” e “atinge o setor privado em benefício do Estado”.
“O controle remoto, por si só, não dá liberdade se do outro lado não houver pluralidade”, respondeu o deputado frenteamplista Carlos Varela, um dos principais defensores da lei. Varela lembrou ainda que a reforma uruguaia recebeu a chancela de vários órgãos internacionais.
A câmara baixa uruguaia já havia se manifestado sobre o assunto há um ano, quando a lei passou na comissão de Indústria. Mas o plenário do Senado só veio aprovar em definitivo o projeto há uma semana, após um acordo pluripartidário para discutir a medida após as eleições nacionais, realizadas no fim de novembro. Como o diploma recebeu algumas alterações feitas pelos senadores, a lei teve que voltar à Câmara dos Representantes para a sanção final.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A publicidade estatal e a transparência

Da revista Carta Capital:

A mídia nativa raramente fala de si, ao contrário do que acontece nas democracias maduras, onde os meios de comunicação, o “quarto poder”, vigiam-se uns aos outros. É um traço do oligopólio. Os erros são escondidos, os crimes protegidos (quem não se lembra da ameaça – “mexeu com a Abril, mexeu com todos" – de um dos Marinho ao governo caso a base aliada ousasse investigar as relações bandidas de jornalistas da Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira?). Só se abre exceção quando se trata de perseguir uma obsessão do baronato, em especial da Folha de S.Paulo: tentar provar que veículos, blogs e sites não alinhados ao pensamento dominante são financiados de forma “bolivariana” pelo governo. É outro traço do oligopólio. Quem pensa diferente deve ser tratado como criminoso. Eliminado, se possível.
Em geral o empenho resulta em um tiro n’água. Aconteceu de novo. Os valores de gastos de publicidade das estatais apresentados pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira 17 falam por si só. Quem mais recebe, de forma abundante, desproporcional até, são eles mesmos, os barões. As Organizações Globo embolsaram entre 2000 e 2013 mais de 5 bilhões de reais em publicidade das companhias públicas, pouco menos de um terço dos investimentos públicos. Isso em um período em que a audiência da emissora despencou. O grupo é, aliás, um fenômeno mundial, único caso de uma empresa de comunicação que consegue elevar a sua tabela de preços enquanto perde telespectadores, ouvintes e leitores. Teria relação com a propina legalizada chamada Bônus de Veiculação (quanto mais anúncios programa em meios da Globo, maior a fatia do bolo capturada pelas agências de publicidade)? O BV é também ele um fenômeno único. Só existe no Brasil.
Listemos outros beneficiários do Bolsa-Mídia: Editora Abril, dona da revista Veja (523 milhões no mesmo período), TV Record (1,3 bilhão), SBT, que emprega Rachel Sheherazade (1,2 bilhão), Band (1 bilhão), IstoÉ (179 milhões). A revista Época entra na conta da Globo.
Uma outra informação talvez explique a mágoa da Folha. Entre o fim do governo Fernando Henrique Cardoso e este último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, houve uma democratização da distribuição de recursos. O número de meios de comunicação que recebem investimentos de estatais passaram de 4,4 mil para 10,8 mil. Em resumo, os grandes grupos perderam participação relativa no bolo.
Agora compare os números do oligopólio com aqueles de Carta Capital, revista, segundo a Folha, alinhada ao governo (presumimos que a Folha e os demais sejam alinhados à Casa Grande, hoje representada pelo tucanato e associados, no passado recente pelos golpistas de 1964, a quem, diga-se, o jornal da família Frias serviu com denodo, a ponto de emprestar suas kombis para o sequestro de militantes de esquerda pela repressão). Em 14 anos, a Editora Confiança, dona de Carta Capital, recebeu 44,3 milhões de reais de todas as estatais. Isso equivale a 62 mil reais por edição. Impressionante. CartaCapital circula há 20 anos e é semanal desde 2001. Sua circulação nacional é auditada pelo IVC e a fatia de publicidade corresponde a sua posição no mercado. Tudo feito de forma transparente, clara.

Já não se pode dizer o mesmo das relações da Folha e do resto do oligopólio com o governo do estado de São Paulo. Quando governador, José Serra estabeleceu a compra sem licitação de lotes de assinaturas da Folha de S. Paulo, O Estado de S.Paulo,Veja, Época e IstoÉ. Geraldo Alckmin manteve o mimo. Em 2011, segundo o Diário Oficial do Estado, o governo paulista pagou 2,58 milhões de reais por um lote de 5,2 mil assinaturas da Folha. Foram 2,7 milhões para o Estadão, 1,2 milhão para a Veja, 1,3 milhão à IstoÉ e 1,2 milhão à Época. Total: 9 milhões apenas em um ano. A renovação tem acontecido no mínimo desde 2008. Mas sobre isso, a mídia hegemônica prefere silenciar.

Comunicação e democracia, tudo a ver


Por Luciano Martins Costa em 19/12/2014 na edição nº 829 do Observatório da Imprensa 

O principal extrato da Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (íntegra aqui), divulgada na sexta-feira (19/12) pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, revela que quase metade da população tem acesso à internet, e desse total 37% a utilizam todos os dias, com uma intensidade de quase 5 horas por dia.
A televisão continua sendo o meio mais utilizado: 95% dos entrevistados afirmaram ver TV regularmente, sendo que 73% têm o hábito de assistir diariamente. Outro aspecto interessante do estudo é o fato de que os jornais continuam sendo apontados como os veículos mais confiáveis, enquanto as revistas perdem credibilidade.
A pesquisa foi encomendada ao Ibope Inteligência, empresa contratada em 2013 por meio de licitação, com a metodologia testada entre setembro e outubro e os dados coletados em novembro deste ano. Trata-se da segunda versão da mesma consulta (ver aqui a primeira versão da pesquisa), planejada para mostrar como o brasileiro usa os meios de comunicação, a frequência de acesso, as motivações e a credibilidade de cada um deles. Como a metodologia foi aprimorada entre as duas primeiras versões, ocorre uma descontinuidade em alguns dados, como a intensidade de uso da internet.
Uma das curiosidades, que contraria em parte o senso comum, é a pujança do rádio: em 2013, 21% dos brasileiros haviam declarado ouvir rádio todos os dias; nesta última pesquisa, esse número subiu para 30%.
Diante da pergunta sobre qual meio de comunicação o entrevistado usa mais, 42% citaram a internet, e destes 76% a acessam todos os dias, com uma exposição média de 4 horas e 59 minutos por dia, entre segunda e sexta-feira, e de 4 horas e 24 minutos nos finais de semana.
Os gráficos revelam, principalmente, que o uso dos meios de comunicação segue o padrão de consumo determinado pela renda, escolaridade e faixa etária: o uso diário e mais intenso da internet é maior entre os jovens com até 25 anos (65%), enquanto entre os adultos com mais de 65 anos essa proporção cai para 4%.
No grupo dos entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo, 20% declararam acessar a internet pelo menos uma vez por semana, enquanto nas famílias com renda superior a cinco salários mínimos, 76% têm acesso à rede digital.
Diferenças sociais
A análise dos números deve considerar algumas intercorrências, como a mudança na questão referente à intensidade de uso da TV, do rádio e da internet. Períodos em que a opinião pública sofre intensa mobilização tendem a aumentar a busca por informações através dos meios imediatos, com o uso complementar de múltiplos veículos – o que, de certa forma, contribui para uma maior audiência da televisão, do rádio e da internet.
Embora não esteja contemplado na análise original da pesquisa, deve-se levar em conta, por exemplo, que as entrevistas foram feitas no mês seguinte às eleições que foram consideradas as mais acirradas do período da restauração democrática. Além disso, é preciso considerar que as eleições foram realizadas apenas três meses depois de encerrada a Copa do Mundo, evento que também mobilizou intensamente a sociedade brasileira.
Os resultados tendem a mostrar um quadro restrito ao período mais próximo ao das entrevistas, mas as duas primeiras versões da pesquisa já permitem observar a evolução de tendências no ambiente midiático. No entanto, alguns aspectos, como a mudança na natureza da mediação e o uso complementar de várias mídias, podem não estar contemplados ou explicitados nas conclusões do estudo. Por exemplo, se a primeira informação é obtida na internet ou no rádio e consolidada na leitura de um jornal ou no noticiário da televisão, que encerra o dia, o usuário é induzido a considerar os meios que consolidam a informação como mais confiáveis.
Na grande diversidade de elementos proporcionados pela pesquisa, pode-se destacar a urgência de acelerar a redução das diferenças sociais, por seu efeito na desigualdade de acesso à informação, que, por outro lado, afeta as chances de universalização do bem-estar. A defasagem entre os brasileiros com ensino superior e aqueles que só completaram a 4ª série, por exemplo, pode ser de 87% para 8% na questão da familiaridade com as tecnologias digitais.
Conclusão: democratizar a comunicação é fundamental para a democracia.
***
Apresentação
Pesquisa Brasileira de Mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília: Secom, 2014.
[intertítulos do OI]
Maior levantamento sobre os hábitos de informação dos brasileiros, a “Pesquisa Brasileira de Mídia 2015” (PBM 2015) revela que a televisão segue como meio de comunicação predominante, que o brasileiro já gasta cinco horas do seu dia conectado à internet e que os jornais são os veículos mais confiáveis. Encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM) para compreender como o brasileiro se informa, a PBM 2015 foi realizada pelo IBOPE com mais de 18 mil entrevistas.
De acordo com a pesquisa, 95% dos entrevistados afirmaram ver TV, sendo que 73% têm o hábito de assistir diariamente. Em média, os brasileiros passam 4h31 por dia expostos ao televisor, de 2ª a 6ª feira, e 4h14 nos finais de semana, números superiores aos encontrados na PBM 2014, que eram 3h29 e 3h32, respectivamente.
O tempo de exposição à televisão sofre influência do gênero, da idade e da escolaridade. De 2ª a 6ª feira, as mulheres (4h48) passam mais horas em frente à TV do que os homens (4h12). Os brasileiros de 16 a 25 anos (4h19) assistem cerca de uma hora a menos de televisão por dia da semana do que os mais velhos, acima dos 65 anos (5h16). O televisor fica mais tempo ligado na casa das pessoas com até a 4ª série (4h47) do que no lar das pessoas com ensino superior (3h59).
O rádio continua o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros, mas seu uso caiu na comparação entre a PBM 2014 para a PBM 2015 (de 61% para 55%). Em compensação, aumentou a quantidade de entrevistados que dizem ouvir rádio todos os dias, de 21% em 2014 para 30% em 2015.
Redes sociais
Praticamente a metade dos brasileiros, 48%, usa internet. O percentual de pessoas que a utilizam todos dos dias cresceu de 26% na PBM 2014 para 37% na PBM 2015. O hábito de uso da internet também é mais intenso do que o obtido anteriormente. Os usuários das novas mídias ficam conectados, em média, 4h59 por dia durante a semana e 4h24 nos finais de semana – na PBM 2014, os números eram 3h39 e 3h43 –, valores superiores aos obtidos pela televisão.
Mais do que as diferenças regionais, são a escolaridade e a idade dos entrevistados os fatores que impulsionam a frequência e a intensidade do uso da internet no Brasil. Entre os usuários com ensino superior, 72% acessam a internet todos os dias, com uma intensidade média diária de 5h41, de 2ª a 6ª feira. Entre as pessoas com até a 4ª série, os números caem para 5% e 3h22. 65% dos jovens na faixa de 16 a 25 se conectam todos os dias, em média 5h51 durante a semana, contra 4% e 2h53 dos usuários com 65 anos ou mais.
O uso de aparelhos celulares como forma de acesso à internet já compete com o uso por meio de computadores ou notebooks, 66% e 71%, respectivamente. O uso de redes sociais influencia esse resultado. Entre os internautas, 92% estão conectados por meio de redes sociais, sendo as mais utilizadas o Facebook (83%), o Whatsapp (58%) e o Youtube (17%).
Atenção exclusiva
Permaneceu estável o percentual de brasileiros que leem jornais ao menos uma vez por semana entre as duas rodadas da PBM: 21%. Apenas 7% leem diariamente, sendo a 2ª feira o dia da semana mais mencionado pelos leitores (48%), e o sábado o menos mencionado (35%). A escolaridade e a renda dos entrevistados são os fatores que mais aumentam a exposição aos jornais: 15% dos leitores com ensino superior e renda acima de cinco salários mínimos (R$ 3.620 ou mais) leem jornal todos os dias. Entre os leitores com até a 4ª série e renda menor que um salário mínimo (R$ 740), os números são 4% e 3%.
O uso de plataformas digitais de leitura de jornais ainda é baixo: 79% dos leitores afirmam fazê-lo mais na versão impressa, e 10% em versões digitais. Piauí, Ceará e Paraná são os estados com maior adesão às versões on-line dos periódicos, respectivamente, 39%, 25% e 22%. Amapá, Amazonas e Rio Grande do Sul, os estados com menor adesão, respectivamente, 2%, 3% e 3%.
Encontrou-se um cenário semelhante ao dos jornais em relação às revistas: 13% dos brasileiros leem revistas durante a semana, número que cresce com o aumento da escolaridade e da renda dos entrevistados. As versões impressas (70%) são mais lidas do que as versões digitais (12%). Maranhão, Piauí e Ceará são os estados com maior adesão às versões on-line, respectivamente, 29%, 22% e 21%. Acre, Roraima e Paraíba, os estados com menor adesão, respectivamente, 0%, 3% e 3%.
Mesmo que sejam baixas a frequência e a intensidade de leitura de jornais e revistas, eles são os meios de comunicação com maior nível de atenção exclusiva. Entre os leitores de jornal, 50% disseram não fazer nenhuma outra atividade enquanto o consome. Entre os de revista, 46%.
Representatividade nacional
Cresceu a confiança dos brasileiros nas notícias veiculadas nos diferentes meios de comunicação. Os jornais continuam como os mais confiáveis: 58% confiam muito ou sempre, contra 40% que confiam pouco ou nunca. Na PBM 2014, esses valores eram de 53% e 45%. Televisão e rádio encontram-se em empate técnico. No caso da TV, 54% confiam muito ou sempre, contra 45% que confiam pouco ou nada. No caso do rádio, 52% confiam muito ou sempre, contra 46% que confiam pouco ou nunca.
Dentre os veículos tradicionais, a revista é o único que inverte essa equação: 44% confiam muito ou sempre, contra 52% que confiam pouco ou nunca. Já em relação às novas mídias, reina a desconfiança. Respectivamente, 71%, 69% e 67% dos entrevistados disserem confiar pouco ou nada nas notícias veiculadas nas redes sociais, blogs e sites.
Dentre as formas oficiais de comunicação do Governo Federal, o programa “A Voz do Brasil” é a mais conhecida pelos brasileiros: 57%. Além disso, o conteúdo do programa é bem avaliado por quem o conhece: 45% consideram-no “ótimo ou bom”; 20%, “regular”, e 12%, “ruim ou péssimo”. O trabalho de campo da PBM 2015 ocorreu entre os dias 5 e 22 de novembro de 2014, por meio de entrevistas domiciliares pessoais face a face, quando 300 entrevistadores aplicaram 85 perguntas a 18.312 pessoas maiores de 16 anos, em 848 municípios. Como principal característica, manteve-se a representatividade nacional da pesquisa de 2014, com uma amostra que retrata adequadamente cada um dos 26 estados e o Distrito Federal. O banco de dados que resultou do trabalho tem cerca de 2 milhões de células. Apenas um extrato dessas informações compõe a presente publicação, que, naturalmente, não esgota os cruzamentos e as análises possíveis.
Leia também
Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 – Hábitos de consumo de mídia pela população brasileira (Secom. Brasília, 2014)
Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de consumo de mídia pela população brasileira (Secom. Brasília, fevereiro de 2014)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Google abre estágio em Comunicação e marketing

A empresa  Google abriu a temporada 2015 de seleção de estagiários. Há vagas para estudantes de Marketing e Comunicação.  Os universitários interessados que se formarem em dezembro de 2015  já podem se candidatar. A empresa abriu 26 vagas de estágio em diversas áreas do conhecimento para atuar no seu escritório em São Paulo. Os escolhidos integrarão o time no segundo semestre de 2015.
O programa Google Business Internship está em sua quinta edição, terá duração de seis meses e dará oportunidade aos estagiários de atuar em projetos que afetam milhões de pessoas no mundo. As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 15 de fevereiro.
Os candidatos passarão por testes online e entrevistas em videoconferência com a Companhia de Talentos e funcionários do Google. Todas as entrevistas para o programa de estágio serão feitas pela Internet via Hangouts do Google+, facilitando a inscrição de estudantes de qualquer parte do país.
Segundo a Google, seu programa de estágio possui uma das taxas de efetivação mais altas do mercado e oferece aos estagiários, depois de formados, oportunidades de trabalho no exterior.
Para conhecer as atribuições do campo da Comunicação e marketing, clique aqui.
Para se inscrever, acesse o site de inscrições. Se quiser saber mais sobre a vida no Google, visite o site Google Careers.
 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Democratização da mídia em discussão na CDH Senado

Nesta segunda-feira (15) o papel das TVs Comunitárias para o fortalecimento da comunicação como
um Direito Humano fundamental estará em discussão na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. O debate recebe representantes de TVs comunitárias e foi convocada pelos movimentos pela democratização das comunicações para debater os desafios para 2015 no setor. A audiência ocorre a partir das 15h, no Plenário 2 do Anexo das Comissões.

Essa é a segunda audiência pública sobre o tema nesta gestão da CDH Senado. A comunicação pública cresceu no país, com a proliferação da mídia alternativa, os mais de 350 pedidos de Canais da Cidadania solicitados pelos municípios ao Ministério das Comunicações, as cerca de 5 mil rádios comunitárias e mais de 100 TVs Comunitárias.

Como participantes estão confirmados o presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários (Abccom), Paulo Miranda, Carlos Alberto Almeida, jornalista e fundador da TeleSur, Valter Sanches, Presidente da Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho (REDETVT), Evelin Maciel, Vice-Presidenta da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (ASTRAL) e representante da Secretaria Nacional de Audiovisual do Ministério da Cultura.


Serviço
Audiência Pública para debater o papel das TVs Comunitárias para o fortalecimento da comunicação como
um Direito Humano fundamental
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
Segunda-feira, 15/12 às 14h
Plenário 2, Ala Nilo Coelho, Anexo das Comissões, Senado
Informações: (61) 3303 4251 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

USCS seleciona professor de Radiojornalismo

A Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS está recebendo currículo para seleção de professor de Radiojornalismo.

Trata-se de uma contratação emergencial, uma vez que no próximo ano deverá ser aberto concurso para a disciplina. As aulas (6 horas/aula) serão no período noturno.

Quem estiver interessado, pode mandar o currículo para o e-mail flaviojornal@uscs.edu.br

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Greve na EBC paralisa redações de São Paulo e Brasília

Paralisação na Empresa Brasil de Comunicação fortalece luta em defesa de plano de carreiras: Funcionários reivindicam proposta que garanta autonomia e valorização dos empregados

+ Veja as fotos da paralisação: http://on.fb.me/1zQqN20
+ Confira quem declarou apoio à nossa luta: http://on.fb.me/1GkEus4 
+ Saiba mais sobre os resultados da campanha “Na EBC eu paro por você. Pq você merece ♥”: http://on.fb.me/1whHRgZ 

Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) realizaram uma paralisação, nesta terça-feira (9/12), nas sedes da empresa em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e São Luís para cobrar um Plano de Carreiras que valorize e garanta a autonomia do corpo de empregados da empresa e defender também o fortalecimento da comunicação pública. Foi um ato político histórico que mobilizou parte importante da empresa, ampliou a cobrança sobre a diretoria e deu visibilidade para a questão.
Em Brasília, cerca de 80% dos jornalistas pararam. Cinco das seis redações ficaram praticamente vazias. Radialistas fundamentais para a produção de conteúdo da empresa, como editores de imagem, também cruzaram os braços. No Rio de Janeiro mais de 80% dos funcionários concursados aderiram à mobilização, entre jornalistas e radialistas. Foram paralisadas boa parte de áreas como controle mestre, suíter da TV, operadores de câmera e edição de imagem. Na reportagem a paralisação foi de 100% - tanto na TV quanto nas rádios e agência. 
Em São Paulo, houve adesão de quase 100% dos jornalistas da sucursal, que são responsáveis pela produção de conteúdo da agência, rádio e TV. Também houve forte paralisação das equipes de externa, com repórteres cinematográficos e auxiliares. Os serviços administrativos e jurídicos foram interrompidos com a participação de 100% dos concursados dessas áreas. O piquete que se manteve na porta da empresa também contou com o apoio de radialistas do setor de operações que defendem avanços no Plano de Carreiras. 
Em São Luís, a mobilização agregou metade do corpo funcional, que realizou um ato simbólico em apoio à paralisação, com faixas e cartazes. Essa foi a alternativa encontrada para a participação desses funcionários, que não puderam cruzar os braços devido à falta de apoio dos sindicatos da região.

Pela defesa da comunicação pública
A ausência dos trabalhadores ficou nítida. Em vez das mais de 100 matérias veiculadas diariamente pela Agência Brasil, pouco mais de 20, muito de agências internacionais, foram ao ar. Os telejornais tiveram que ser alimentados largamente por links e pela participação de comentaristas. Imagens de celular foram usadas, já que os repórteres cinematográficos também aderiram fortemente à paralisação. Nas emissoras de rádio, programas deixaram de ir ao ar e foram substituídos por música. Muitas informações relevantes não foram divulgadas pela EBC.

Porém, mais que impactar a produção de conteúdo da casa, os trabalhadores cobraram a diretoria e levaram a luta pela valorização para além dos muros da EBC. A causa ganhou visibilidade nacional por meio do apoio de diversos parlamentares, de personalidades e movimentos sociais, inclusive com uma proposta de realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. A paralisação foi notícia em mais uma dezena de veículos da imprensa. 
A programação da paralisação envolveu rodas de conversa sobre o Plano de Carreiras e debates sobre desafios da comunicação pública e o conteúdo produzido pela EBC. Em protesto silencioso, trabalhadores de Brasília ocuparam a reunião do Conselho Curador que discutiu o Plano de Trabalho da EBC para 2015. Nela entregaram um manifesto aos diretores e conselheiros e dialogaram sobre as reivindicações relacionadas ao Plano de Carreiras e à construção de uma gestão participativa de fato na EBC. A participação levou a uma discussão sobre a necessidade de contribuir com o plano, mesmo que a direção não tenha envolvido os trabalhadores neste processo. Para isso foi criado um Grupo de Trabalho que formulará propostas que serão apresentadas posteriormente ao Conselho Curador e à direção da empresa.
A estratégia de chamar a atenção para nosso pleito e cobrar do governo federal a valorização da principal empresa pública de comunicação do país resultou também em uma reunião com a Secretaria-Geral da Presidência da República. Houve o compromisso de dialogar com a empresa sobre o assunto. Foi feito um diálogo com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República para entregar as propostas dos empregados e marcar uma agenda com o ministro.
São vitórias que só foram obtidas por conta da paralisação, a qual também fortaleceu a unidade dos trabalhadores. A mobilização deixou claro que os empregados têm justas reivindicações trabalhistas, mas compreendem que devem ir além e lutar pelo fortalecimento da comunicação pública. Afinal, a valorização do trabalho destes profissionais está relacionada à construção de um sistema público robusto, que conte com profissionais estimulados e respeitados, recursos para a produção de conteúdos e capacidade técnica para que chegue aos lares de todos os brasileiros.
Infelizmente, a diretoria da EBC não respondeu até agora se vai chamar os trabalhadores para debater o resultado do Grupo de Convergência e o Plano de Carreiras, de forma geral. Segundo informado ontem (9), está sendo feita uma análise técnica e jurídica da proposta do grupo e, devido aos atrasos na conclusão dos trabalhos, a Diretoria Executiva não pretende discutir o tema neste ano.
Esse segue sendo um pleito central: a diretoria deve dar uma resposta se vai ouvir ou não os trabalhadores sobre o Plano de Carreiras e se vai acolher as propostas formuladas por eles. Diante do quadro, a mobilização e a pressão continuarão. Agora ainda mais animada pela certeza de que estamos unidos e que só mobilizados conseguiremos ser valorizados e construir a comunicação pública que desejamos. Porque só quem luta conquista.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Dom Pedro Casaldàliga é tema de minisérie hispano-brasileira

A TV Brasil estreia, dia 13 de dezembro, a minissérie "Descalço sobre a Terra Vermelha". Baseada no livro homônimo de Francesc Escribano, a minissérie de três episódios com 52 minutos, é um relato sobre a vida do bispo catalão Pedro Casaldàliga e sua incansável luta pelos índios e camponeses da região do Mato Grosso.
A obra reconstrói a trajetória de vida do bispo emérito de São Félix do Araguaia. Um passado de lutas pela terra, inclusive durante o regime militar e de violência no centro-oeste brasileiro. O religioso é uma figura emblemática, tanto na Espanha quanto no Brasil, por sua luta em favor dos desfavorecidos da região do Mato Grosso, no Centro-Oeste brasileiro.
O papel do missionário catalão foi interpretado por Eduard Fernández. A direção foi feita pelo cineasta catalão Oriol Ferrer e o roteiro foi escrito por Marcos Bernstein e Maria Jaén. A série é uma coprodução entre a TV Brasil, a espanhola TVE, a catalã TV3 e as produtoras Raiz Produções (Brasil) e Minoria Absoluta (Espanha).
Em 2014, a minissérie foi agraciada com dois prêmios FIPA de Ouro na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais, em Biarritz, na França. Eduard Fernández, intérprete do missionário catalão foi premiado como melhor ator. O outro reconhecimento à minissérie foi pela melhor trilha sonora original; e, de modo especial, o júri elogiou a música composta por David Cervera.
A TV Brasil exibe a minissérie nos dias 13, 20 e 27, às 21h30

EBC pode parar nesta terça-feira, 9/12

O tradicional programa radiofônico A Voz do Brasil poderá não ir ao ar nesta terça-feira, 9 de dezembro. 
Não, não é em decorrência do lobby patronal dos donos de rádio que querem eliminar o programa. 
Na verdade, em defesa da aprovação de um novo plano de carreira - há muito promeitido pelo governo - os profissionais de comunicação da Empresa Brasil de Comunicação, holding dentre outros veículos da Rádio Nacional e TV Brasil, prometem paralisar suas atividades por 24 horas.


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Em 2013, os profissionais da EBC paralisaram suas atividades por cerca de 15 dias. 
Hoje, reclamam que muito do que foi promeito pela empresa naquela época até hoje não saiu do papel.
O ato de protesto, nesta terça-feira (9/12), deve ocorrer na matriz, em Brasília, e nas sucursais de São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís e tem como objetivo pressionar a aprovação da revisão do Plano de Carreiras dos empregados, que vem ocorrendo desde 2012.

A questão não é só salarial, é editorial, também. Pelo projeto, seriam incluídos mecanismos como a garantia da autonomia editorial, além de pisos e tabelas salariais, que hoje deixam a companhia de mídia em último lugar do serviço público, segundo tabela encomendada pela própria empresa, que comparou seus encargos com 32 órgãos federais.

Os trabalhadores querem, também, estímulos concretos à formação e qualificação dos empregados. O conjunto de medidas é visto por este movimento como fundamental para o fortalecimento da comunicação governamental do país. 
Criada em 2008 pelo governo federal, a EBC administra a mídia do governo federal, como a Agência Brasil, TV Brasil e a Radioagência Nacional. Também comanda o sistema público de rádio (com oito emissoras, como a Rádio Nacional e Rádio MEC) e é responsável pela primeira meia hora do programa “A Voz do Brasil”. 
A empresa é vinculada à secretaria de Comunicação Social (Secom). 
A mobilização tem o apoio da Comissão de Empregados da EBC e dos sindicatos dos jornalistas do Distrito Federal e Rio de Janeiro, e dos radialistas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O ato foi aprovado por cerca de 300 funcionários reunidos em uma assembleia para discutir a paralisação na última quarta (4/12). A Direção Executiva da EBC, porém, enviou um comunicado interno na sexta (5/12) para rebater a eventual possibilidade de greve.

Em documento enviado ao corpo funcional da empresa, a direção teria ameaçado os trabalhadores ao dizer que “entende que o referido movimento paredista é abusivo, razão pela qual adotará as medidas cabíveis”. Na tréplica, as entidades divulgaram um informe para afirmar que não compreendem “os motivos que levam a EBC a já considerar a mobilização abusiva”.

“Essas informações, lamentavelmente, não constam na nota, que resume a ameaça a uma frase sem argumentos e sem solidez jurídica”. Por fim, os sindicatos e a Comissão ressaltam esperar “que o direito à organização e mobilização sejam compreendidos e respeitados pela EBC”, diz a nota.

Há um ano, houve uma greve nacional de 15 dias durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho. Nela, cerca de 700 dos pouco mais de dois mil funcionários participaram da paralisação. 

Entenda o caso

A Empresa Brasil de Comunicação faz a revisão do plano de carreiras desde 2012. Sem uma definição sobre o projeto, criou um Grupo de Convergência, no qual os executivos e os trabalhadores desenvolveriam as bases da iniciativa em comum acordo. A ideia era sistematizar as contribuições dos trabalhadores ao novo plano e elaborar um relatório com recomendações à Diretoria Executiva.

O ‘conselho’ foi formado por representantes da empresa e das entidades trabalhistas que atuam na defesa dos funcionários da companhia. Seus trabalhos foram encerrados na semana passada. Apesar do esforço pela elaboração de bases comuns no projeto, a empresa não aceitou as demandas apresentadas. Entre elas, estão:

- Melhoria da tabela salarial com redução de níveis para progredir na carreira e aumento do piso (em assembleia foi aprovada proposta de tabela com piso de R$ 4.400 para nível superior e R$ 3.080 para nível médio.
- Descrição de cargos que respeite a legislação e não abra brechas para acúmulos e desvio de função;
- Equilíbrio entre promoção por mérito e antiguidade;
- Instituição de uma gratificação por qualificação.

A proposta formada pelo grupo segue para deliberação da Diretoria Executiva da EBC, que deve submeter à proposta a aprovação do Ministério do Planejamento do governo federal.

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domingo, 7 de dezembro de 2014

Espanha: Rádio da Universidade de Salamanca debate democratização da mídia no Brasil

O programa "Brasil es mucho más que samba", produzido pelo Centro de Estudios Brasileños da Universidade de Salamanca, na Espanha, dedicou uma de suas emissões ao debate sobre a proposta de regulamentação da mídia no Brasil. Para tanto, foi entrevistado o jornalista Mario Augusto Jacoskind, ex-Diretor de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa - ABI, .
Além da entrevista, o programa - uma espécie de revista radiofônica -, traz no espaço Novos Talentos, o som de "Bandolim Campeiro".

Para ouvir o programa, basta clicar na barra abaixo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

As sutilezas nas novas regras que o Facebook não revela



Milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo eu própria, receberam nos últimos dias uma mensagem simpática do Facebook, informando sobre mudanças na sua política de dados e de privacidade a partir de 1 de janeiro do próximo ano. s agradáveis explicações dadas pelos gestores da rede social incluem novidades como “novos controles para ajudar você a tirar mais partido do Facebook”; “para melhorar a experiência”; “para tornar mais fácil de compreender”; “para controlar os anúncios que vê”; exortando também a “descobrir o que se passa à sua volta”; “e a tornar as compras mais cómodas”.
A mídia generalista escreveu profusamente sobre as novas alterações, descrevendo as novas funcionalidades, “para ajudar os usuários a controlarem melhor sua privacidade”.
Mesmo nas questões complexas da publicidade e da geolocalização, a mídia limita-se a informar que os usurários poderão controlar os anúncios que querem ver e que a geolocalização é utilizada para direcionar os anúncios.
“Proteger as informações das pessoas e prover controles significativos de privacidade são o motor de tudo o que nós fazemos”, diz a empresa.
Na questão difícil de perceber como a rede social utiliza a enorme quantidade de dados de cada usuário (e a forma como esses dados são alegadamente vendidos), o Facebook tem uma resposta também agradável: “"Nós ajudamos os anunciantes a alcançarem as pessoas com anúncios relevantes sem dizer para eles quem é você”. Podemos, portanto, ficar descansados.
Tudo parece claro, simples e cor-de-rosa. Mas a verdade não é essa ou, pelo menos, não é só essa.
Comecemos por alguns detalhes que nem todos conhecem.
Os amigos-fantasma
Você já deve ter reparado que, das centenas de amigos que tem e das dezenas de páginas de que é fã, só recebe notícias de uma parte deles. Ultimamente, até parece serem sempre os mesmos. Por isso, o seu círculo de amigos na verdade está se reduzindo e os temas postados não variam muito. Onde estão os outros então? Você não recebe posts ou mensagens deles e começa a duvidar se não terão desaparecido ou simplesmente bloqueado você. Mas não, eles continuam lá, só que tendem a não aparecer no seu Feed de Notícias. São os chamados amigos-fantasma.
Por é que isso acontece? Simplesmente, o Facebook decide ele próprio que as publicações destes amigos não interessam a você. Por outras palavras, faz uma triagem dos posts exibidos.
Grande parte das publicações dos amigos ou de páginas é excluída do seu Feed de Notícias. E as poucas que restam também nem todas são mostradas. Há um segundo nível de triagem, que classifica as publicações que cada usuário pode ver segundo um complexo algoritmo (o EdgeRank algoritm). De forma resumida, este mede a relevância dos posts segundo três critérios: a afinidade (quanto mais um usuário interage com outro, maior é a probabilidade de os posts dele aparecerem no Feed de Notícias desse usuário); a novidade do post; o tipo de conteúdo (textos, fotos ou vídeos são tratados de forma diferente, em várias proporções). Há ainda mais dois critérios, o chamado story bumping (um post pode voltar a aparecer no seu Feed de Notícias, caso tenha muitos comentários e você tenha interagido muito com o seu autor) e o last actor (que atribui mais importância às 50 últimas interações que você fez).
Usuários e acionistas
O Facebook tem vários tipos de público, cujos interesses não parece ser fácil de conciliar: os usuários, os anunciantes e os acionistas.
Se os simples usuários se mostram frustrados por muitos de seus amigos “desaparecerem”, as empresas anunciantes ficam simplesmente furiosas com isso, já que querem chegar a um maior número possível de pessoas.
Quando uma atualização (texto, imagem ou vídeo) é publicada, apenas 16% dos seguidores a conseguem visualizar.
Para que essa percentagem aumente e alcance os restantes 84%, as empresas e anunciantes estão dispostas a pagar. Eles fazem-no através de duas formas de publicidade disponíveis na rede: os Posts Promovidos e as Histórias Patrocinadas. O objetivo dos Posts Promovidos é alcançar mais pessoas que gostam de uma determinada página, assim como os seus amigos.
Pode ser promovido qualquer tipo de publicação, incluindo atualizações de estado, fotos, ofertas, vídeos e perguntas, mediante um preço.
As Histórias Patrocinadas atingem os amigos daqueles que já são seguidores de uma página e que indicam ter o mesmo tipo de interesses.
Os especialistas em marketing em redes sociais operam com conceitos como Taxa de Cliques (CTR), Alcance Viral, Alcance Orgânico, etc.
Um estudo publicado em março passado mostra que o alcance, ou seja, o número de pessoas que o Facebook pode alcançar com suas mensagens, caiu para metade nos últimos seis meses. "Seria apenas uma questão de tempo antes que as páginas perdessem toda a visibilidade natural" (leia-se, livre de pagamento), diz a este respeito o moderador de um site especializado.
Com a última mudança de algoritmo, o Facebook pretende que os seus principais usuários, sejam empresas ou pessoas individuais, comecem a utilizar mais regularmente o novo serviço de Posts Promovidos e de Histórias Patrocinadas. Como compensação para quem o fizer e, logo, se tornar um usuário pagante, terá maior visibilidade, aumentando a probabilidade de seus conteúdos serem mais vistos, daí gerando maior retorno. Pelo contrário, quem quiser se manter como até agora, com utilização gratuita, deverá ter algum tipo de penalização, que é precisamente ter os seus conteúdos menos visíveis.
Resumindo: se quiser que mais pessoas vejam o que você publica, vai ter que pagar. Não se esqueça que a rede é uma empresa e, logo, o que mais lhe interessa é gerar lucro para seus acionistas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Opinião: O envelhecimento dos leitores da 'Veja'

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:


A queda pode ser corajosa, pode ser digna, pode ser épica. 
Ou pode ser cômica e patética. 
A queda da Veja vai pelo segundo caminho. 
Um episódio é particularmente revelador do anedotário que cercará a transformação de uma grande revista, na Era do Papel, para uma revistinha nos tempos digitais.
Considere.
O presidente da Abril, Fabio Barbosa, procurou o diretor de redação da Veja, Eurípides Alcântara, para tratar de um assunto que o preocupara: o envelhecimento dos leitores da revista. Este é um drama para qualquer publicação. Nos anos 1980, o Estadão perdeu uma liderança centenária para a Folha exatamente pelo envelhecimento de seus leitores.
Leitor jovem, como qualquer tipo de consumidor jovem, é tudo que os editores querem: isso costuma garantir fidelidade por muito tempo. E é um excepcional fator de atração de anunciantes, também eles em busca de jovens, com seu imenso apetite por consumir, consumir e ainda consumir.
Para jornais e revistas, há um drama adicional: leitores velhos não demoram muito a morrer. É triste, mas é a vida como ela é.
Posto diante do problema do envelhecimento dos leitores, Eurípides se saiu com a seguinte resposta: “Somos que nem o Charles Aznavour. Sempre vamos ter o nosso público.”
Não ficou claro se Fabio Barbosa comprou a resposta. Mas uma frase dessas, numa corporação, jamais morre numa única conversa. Não se sabe bem como, ela passou a ser contada como piada entre os executivos da Abril.
Não é a única.
Gargalhadas explodem quando é rememorada a primeira reunião de Alexandre Caldini, comandante da divisão de revistas da Abril, com os novos subordinados. “Nosso negócio é revista”, disse ele. “Quem não acredita em revista pode levantar e ir embora.” Só faltou, para a perfeição, o fecho justo: “O último apaga a luz, por favor.”
De volta a Aznavour.
Não é algo que possa ser usado como arma de vendas pela equipe de propaganda, naturalmente. Quem anuncia quer um público interessado em consumir mais que bengalas e medicamentos diversos.
O público que lota as exibições de Taylor Swift é mais auspicioso, aos olhos do chamado mercado, do que os veteranos que prestigiam Charles Aznavour.
Fora da comédia, como a Veja se rejuvenesceria para ganhar público jovem?
É a chamada missão impossível.
O conteúdo teria que ser outro, capaz de captar o espírito do tempo. E a mídia, em si, também: o papel morreu.
Dito tudo isso, é divertido imaginar os funerais da Veja com a trilha sonora de Charles Aznavour.
Dance in the old fashioned way.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sete oportunidades de bolsas e estágios no exterior

Do IJNet 
Atenção! Algumas terminam hoje 1/12
Quer expandir suas técnicas de jornalismo, assumir uma nova editoria ou receber reconhecimento por seu trabalho? Confira estes promissores cursos, bolsas e concursos com prazos em dezembro. 
Bolsas John S. Knight de Jornalismo: Prazo final - 1° de dezembro
O programa John S. Knight Journalism Fellowshipsseleciona 20 bolsistas – 12 americanos e 8 estrangeiros – para passar um ano acadêmico na Universidade Stanford, pesquisando um desafio do jornalismo e potenciais soluções. O programa de 10 meses oferece  US$65.000, além casa, creche para filhos, seguro de saúde e o gasto com a mudança. Clique aqui para mais informação.
Programa de Residência Rockefeller Bellagio: Prazo final - 1° de dezembro
O programa Bellagio, patrocinado pela Rockefeller Foundation, dá a oportunidade de estabelecer novas conexões e solucionar problemas mundiais complexos. A duração é de duas a quatro semanas. Os bolsistas recebem acomodação e refeições. Clique aqui para mais informação.
Bolsa Nieman-Berkman: Prazo final - 1° de dezembro
Nieman Foundation for Journalism e o Berkman Center for Internet & Society vão hospedar um bolsista durante o ano acadêmico para realizar um projeto de pesquisa em inovação no jornalismo. Jornalistas que trabalham para veículos de notícias em uma posição de negócio, tecnologia ou liderança podem se inscrever. Clique aqui para mais informação.
Estágios de Jornalismo Global Thomson Reuters: Prazo final - 1° de dezembro
O programa de estágio de jornalismo global Thomson Reuters busca estagiários para seus escritórios em Pequim, Hong Kong, Londres, Cidade do México, Nova York, São Paulo, Cingapura, Tóquio, Toronto e Washington. Dependendo do local, o estágio vai durar de seis a 10 semanas. Clique aqui para mais informação.
Bolsa CUNY de jornalismo de negócios: Prazo final - 4 de dezembro
McGraw Center for Business Journalism na Pós-Graduação de Jornalismo da City University of New York organiza um programa de bolsas para apoiar a cobertura detalhada sobre negócios e economia global. A bolsa oferece suporte editorial e financeiro para jornalistas que precisam de tempo e recursos para se dedicarem a matérias complexas e demoradas. Os bolsistas recebem US$5.000 por mês por três meses. Clique aqui para mais informação. 
Bolsa da National Press Foundation: Prazo final - 16 de dezembro
National Press Foundation oferece 20 bolsas para jornalistas viajarem a uma conferência sobre saúde em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. O programa de sete dias vai se concentrar no impacto global do tabaco na saúde. A bolsa cobre o registro de conferência, viagem,  hotel e despesas diárias. Clique aqui para mais informação.
Fundo de Democracia das Nações Unidas: Prazo final - 31 de dezembro
Fundo das Nações Unidas para Democracia (UNDEF, em inglês) convida organizações da sociedade civil a concorrer ao financiamento de projetos para avançar e apoiar a democracia. Subvenções a projetos variam entre US$100.000 e US$300.000. Clique aqui para mais informação.
Imagem principal sob licença CC no Flickr via Scott Robinson